sábado, 7 de março de 2009

Um dia improvisado - em Nova Déli

Já estava tudo mais do que planejado: seriam dois dias de trabalho e um dia livre para ir até a cidade de Agra, onde encontra-se o todo belo Taj Mahal.

Ticket na mão, máquina carregada, quarto alugado, informações sobre os ônibus e estações, empolgação a mil, ... tudo mais do que certo nessa minha ida à Nova Déli. Porém, desencontros e demais imprevistos cancelaram um dia de trabalho, encurtando minha estadia na capital indiana.

Triste com a perda de um trabalho e feliz com a possibilidade de conhecer o Taj Mahal mais cedo, resolvi conferir as informações com o recepcionista do "muquifo" que me abrigava. O papo, cheio de mímicas e rascunhos no papel, fluiu super bem até que ele me perguntou quando eu iria. "Amanhã no primeiro ônibus", respondo. Parecia que não ia ser dessa vez, novamente! Sexta-feira é o único dia da semana que o Taj Mahal não abre.

Eu não pensava em outra coisa a não ser socar minha cabeça na parede ali mesmo, na frente de todos. Que dias! Decepcionado, subi para meu quarto e tomei um banho morno num chuveiro que despejava poucas gotas de água, umas aqui, outras ali. Estava tão exausto que fui dormir sem pensar o que faria no dia seguinte.

Acordei sem pressa de levantar e pensei em como salvar aquele dia, sem trabalho e, agora, sem Taj Mahal. Desci até a recepção e peguei um mapa. Comprei umas bananas na rua e um suco de manga e subi novamente para meu quarto. Tomei meu café-da-manhã em cima da cama bagunçada enquanto traçava um passeio no verso de uma página tirada de uma revista. Desta vez, queria misturar lugares belos com algo mais cultural, onde pudesse gastar um pouco mais de tempo.

Com a ajuda do simpático e sempre atencioso recepcionista, consegui contratar um taxista particular a preço de bananas. Expliquei o roteiro e saímos debaixo do sol escaldante num carro velho e sem ar condicionado, óbvio.

Reservei a primeira parada para a qual seria a mais especial, uma espécie de Memorial de Gandhi. Naquela casa, chamada de Birla House, foi onde o pacifista mais reconhecido do mundo passou seus últimos 144 dias até ser assassinado por um radical.



A casa, rodeada de belos jardins, estátuas e mensagens do homem que conseguiu a independência da Índia, é dividida em dois campi; um funciona como um tipo de museu, onde cada cômodo explica sua vida passo a passo, desde seu nascimento, das mais variadas formas (vídeos, maquetes e quadros ilustrativos); o outro é dedicado às pesquisas e funciona como um centro de estudos.


O que mais me chamou atenção foi o último caminho percorrido por ele antes de ser assassinado, exposto em alto relevo, até o local onde realizava suas orações, momentos antes de ser baleado. Há uma placa sinalizando o local de seu martírio.



Feliz por ter tido a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre esse homem que estampa as cédulas indianas, parti para o Portal da Índia, monumento criado para homenagear os soldados mortos na Primeira Guerra Mundial. Os nomes dos 90.000 soldados mortos em combate estão inscritos nas paredes do Portal de 42 m de altura.


Mesmo derretendo debaixo do sol forte que fazia, resolvi caminhar um pouco pelos enormes jardins que rodeam o monumento e vi inúmeras pessoas se aglomerando às sombras das árvores para comer, brincar, namorar, ...


O sol estava de "rachar coquinho". Com apenas três bananas, um suco, um picolé e um pacote de bolachas no estômago, resolvi voltar para o carro a fim de agilizar o meu passeio. Parti logo para o Parlamento Indiano e o Palácio Presidencial.

O queixo começa a cair à medida que você se aproxima desse lugar incrível. A sensação é de estar adentrando castelos da era medieval. A arquitetura é ... indescritível (*fui impedido pelo meu bom senso de tentar descrever).



É ali onde funciona os principais ministérios do Governo Indiano. Os carros comuns não podem estacionar, apenas os autorizados. Mas, digamos que, eu saí algumas vezes do taxi correndo para tirar umas fotos, enquanto o taxista fugia dos apitos frenéticos da segurança (coitado!). Ah, não aceitei a idéia de estar ali tão perto e não poder ter um tempo para apreciar aquilo.




Depois de pedir desculpas aos guardas, fui até o portão do Palácio Presidencial, chamado de Rashtrapati Bhavan. Acho que foi uma das coisas mais *%^)#)$(%*#&^* que já vi.



Cansado, com fome, derretendo e ainda boquiaberto, pedi para que meu motorista tocasse adiante. Próxima parada, SafdarJumg's Tomb.

Depois de pagar o preço estipulado a gringos para visitar esse lugar, o local me lembrou em muito o Taj Mahal. Primeiro, porque também é um mausoléu; segundo, que suas estruturas são bem similares.



Pelo pouco que li, esse é o lugar onde a tumba de Safdarjung se encontra, o primeiro ministro e "braço direito" do imperador Muhammad Shah.



Não sei se era devido ao sol forte ou se é pura falta de interesse, mas eu era o único visitante daquele lugar naquele momento. Claro que, mais uma vez, a arquitetura me impressionou. Enquanto contemplava admirado a arquitetura e o visual que o cerca, vi que três seguranças riam das minhas tentativas inúteis de me auto fotografar à frente do prédio. Pedi para que, então, tirassem uma foto de mim ali só para constar. Um "saiu de fininho", o outro preferiu sair na foto.



Já eram quase 17 horas quando olhei para o relógio do celular antes de ir embora. Imaginei o pobre taxista me esperando dentro do carro derretendo dentro de seu turbante. Resolvi voltar para o meu "hotel" e fazer o "check-out" mais cedo.

Parado no trânsito a caminho do aeroporto, refiz mentalmente todos os passos que dei naquele dia, meio improvisado. Incrível como nada saíra como o planejado, mas que também não havia sido tão ruim assim.

Ainda não foi desta vez que conheci o Taj Mahal, mas se toda vez que eu chegar perto dele, ele me oferecer tantas opções à minha volta, vou continuar sendo grato pela oportunidade de alcançá-lo um dia.

4 comentários:

Let's Xotan disse...

Caaara!!! Que show!!!
E tu tá mai fortinho hein muléki!!!??? Q c anda fazeno aih hein!? Huahuahuahuahuahuahua!!!
Abraaaaaaaaaaaaaaaçooooooooooooo!!!!!!!!

Anônimo disse...

Ehhh,naun foi um passeio nada ruim heim, vo comecar a dar uns role desses qd for pra delhi tb,to moscando demais,rsrs,ou vc pode me levar pra conhecer que tal?rsrs,zueira,afinal nada melhor do que fazer as coisas por impulso,acredite meu amigo,nada na vida sai como o planejado,os imprevistos sao bem mais aproveitados e compensadores,ta ai a prova.Ha e esse calor "merricano",santo Deus,vamos ficar cozidos nesse lugar,adoooooro,kkkk,
Bjo grande

Fernanda disse...

Pode até parecer egoísmo, mas ainda bem que o Taj Mahal estava fechado. ;]

Anônimo disse...

a novela não mostra nada disso... que saco!!!